ES registrou 913 novos casos de HIV e 130 óbitos em 2024
- Redação
- 4 de dez. de 2024
- 4 min de leitura

Entre janeiro e novembro de 2024, o Espírito Santo registrou 913 novos casos de infecção por HIV, com 73,74% dos casos em homens e 26,15% em mulheres. Atualmente, quase 20 mil pessoas convivem com o vírus no estado. O número de óbitos por complicações relacionadas ao HIV caiu este ano, com 130 mortes, comparado a 196 no ano anterior.
Em referência ao Dezembro Vermelho, campanha que promove a conscientização e a prevenção do HIV/AIDS, o Estado destaca a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. Medicações de pré e pós-exposição, como a PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição), continuam disponíveis, oferecendo prevenção em situações de risco.
Dezembro Vermelho também chama a atenção para o fato de que informação e acolhimento são ferramentas essenciais para a prevenção do HIV e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com o vírus.
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No último domingo, 1º de dezembro, foi celebrado o Dia Mundial da Luta contra a Aids, marcando o início do Dezembro Vermelho, uma campanha internacional que visa alertar a sociedade sobre as formas de prevenção ao HIV/Aids e combater o preconceito e a discriminação. Desde 1988, a data é comemorada anualmente no Brasil, com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A AIDS, causada pelo HIV, é transmitida principalmente por contato sexual desprotegido, transfusões de sangue contaminado e compartilhamento de objetos perfurocortantes. Mulheres grávidas com HIV também podem transmitir o vírus para o bebê durante a gestação, o parto ou através da amamentação.
A Secretaria da Saúde (Sesa) reforça a importância da prevenção e da detecção precoce do HIV, alertando que a ausência de sintomas não significa ausência do vírus. Portanto, é fundamental realizar testes regulares em indivíduos sexualmente ativos, indiferente de suas orientações sexuais.
O Espírito Santo possui 31 Serviços de Atenção Especializada (SAE) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), todos públicos, que oferecem exames e tratamentos especializados. Além disso, pessoas em tratamento privado também têm direito a obter medicação gratuita.
Bettina Moulin, coordenadora estadual de IST/Aids da Sesa, explica que, com tratamento adequado, uma pessoa vivendo com HIV, mantendo a carga viral indetectável, não transmite o vírus sexualmente. A gestante em tratamento também tem altas chances de não transmitir o HIV ao bebê.
“Viver com HIV é possível, desde que o tratamento seja seguido corretamente, da mesma forma que ocorre com outras doenças crônicas. Importante destacar que HIV e Aids não são a mesma coisa”, alerta Bettina Moulin.
A Aids é o estágio avançado da doença, caracterizado pela destruição do sistema imunológico pelo HIV, que torna o corpo vulnerável a infecções oportunistas. A Aids não causa a morte diretamente, mas sim as complicações decorrentes dessas infecções, especialmente em pessoas que não seguem o tratamento.
Luta contra o preconceito e discriminação
Além de oferecer tratamento, as equipes da Sesa trabalham intensamente para combater o estigma e preconceito relacionados ao HIV, promovendo o acesso à informação sobre os avanços das tecnologias preventivas, melhorando o acolhimento, o aconselhamento e o cuidado com as pessoas que vivem com a doença.
O principal desafio da prevenção, especialmente entre os jovens, é o fato de que muitas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como o HIV, não apresentam sintomas. Isso faz com que as pessoas se sintam menos vulneráveis e não priorizem o uso de preservativos ou outras formas de prevenção recomendadas pelo Ministério da Saúde.
As redes sociais desempenham um papel crucial na conscientização do público jovem, incentivando-os a procurar Unidades Básicas de Saúde (UBS) para informações, testes e tratamentos.
A Sesa promove capacitações, palestras e campanhas de testagem para informar a população sobre HIV, Aids e o combate ao preconceito. Também distribui gratuitamente preservativos internos e externos, gel lubrificante e fórmula láctea para crianças expostas ao HIV, bem como medicamentos de prevenção, como a PrEP e a PEP.
Dados sobre o HIV/Aids no mundo e no Espírito Santo
Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), das 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV mundialmente, quase um quarto (9,3 milhões) não recebe tratamento adequado, resultando em uma morte por minuto devido a complicações da Aids.
No Espírito Santo, 19.828 pessoas estão em tratamento com antirretrovirais. Em 2024, foram registrados 913 novos casos de HIV, sendo 73,74% no sexo masculino e 26,15% no sexo feminino. Em comparação, em 2022 e 2023, os números foram respectivamente 1.354 e 1.212 novos casos.
Além disso, 2.984 pessoas estão em uso da PrEP, e o Estado oferece 26 serviços de PrEP e 96 de PEP. Até outubro de 2024, 130 óbitos foram registrados no Estado, uma redução significativa em relação aos 260 óbitos de 2022.
A prevenção ao HIV/Aids envolve diversas estratégias, que devem ser utilizadas em conjunto:
Testar: Realizar testes regulares, pois muitas pessoas vivem com HIV sem saber, já que a doença geralmente não apresenta sintomas iniciais.
Tratar: O tratamento com medicamentos antirretrovirais mantém a carga viral indetectável e impede a transmissão do HIV.
PEP (Profilaxia Pós-Exposição): Medicação disponível após exposição a material biológico de risco, como em relações sexuais desprotegidas ou acidentes com objetos cortantes. Deve ser iniciada até 72 horas após a exposição.
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): Medicamento preventivo indicado para pessoas em alto risco de exposição ao HIV. Deve ser iniciado antes de um possível contato com o vírus.
Preservativos: Disponíveis gratuitamente para uso vaginal e peniano, além de gel lubrificante.
Serviços de atendimento no Espírito Santo
O Espírito Santo oferece uma rede de serviços públicos de saúde, incluindo os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Em Vila Velha, a população pode contar com o CTA localizado na Rua Castelo Branco, 1803, Olaria, no mezanino do prédio da Secretaria Municipal de Saúde que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h.
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