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Concreto contaminado - Engenheiro denuncia ameaça estrutural em imóveis construídos entre 2012 e 2019

Atualizado: 14 de mai.


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Dano em um dos edifícios no ES diante ao uso de concreto com excesso de FGD. Centenas de prédios de dezenas de construtoras estariam em risco.


Um alerta sobre o risco de colapso estrutural em edificações construídas entre 2012 e 2019 foi levantado pelo engenheiro Maurício Ceotto, que denuncia o uso inadequado do Pó de FGD, um subproduto da aciaria da Arcelor Mittal. O material, originalmente tratado como resíduo industrial, foi incorporado ao concreto sem a realização de testes adequados, resultando na contaminação por íons de cloreto, que aceleram a corrosão do aço das estruturas.


Famosas construtoras de edifícios no Espírito Santo, inclusive em Vila Velha teria utilizado o material.


De acordo com Ceotto, o produto é utilizado para reduzir custos e melhorar a trabalhabilidade do concreto, substituindo parte do cimento. No entanto, a aplicação excessiva comprometeu drasticamente a durabilidade das edificações, que deveriam ter uma vida útil de 50 anos, conforme normas brasileiras. Em alguns casos, essa resistência foi reduzida em até dez vezes, tornando prédios recém-construídos estruturalmente comprometidos.



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Para o engenheiro, o FGD nunca deveria ter sido usado na construção.


"Os íons de cloreto em contato com o aço, geram oxidação, comprometendo totalmente a "vida útil" da estrutura. O primeiro passo para os moradores identificarem o uso é uma vistoria detalhada para constatação de possíveis trincas e fissuras que decorrem da oxidação do aço. Também estamos buscando junto ao Ministério Público que todas as concreteiras que adquiriram o Pó de FGD identifiquem todas as estruturas que foram contaminadas".

A denúncia levou à realização de uma audiência na Assembleia Legislativa, no dia 25 de abril de 2025, para debater o problema. No entanto, Ceotto destaca que o processo de responsabilização das empresas envolvidas enfrenta obstáculos desde 2021, devido a tentativas de arquivamento por parte de grandes corporações do setor


Diante da gravidade da situação, o Procurador-Geral de Justiça do Espírito Santo, Francisco Martínez Berdeal, decidiu pela não homologação do arquivamento do inquérito civil, garantindo o aprofundamento das investigações. A apuração envolve o impacto do concreto contaminado na segurança das edificações e a possível lesão aos consumidores.


O Conselho Superior do Ministério Público também discordou do arquivamento inicial, reforçando a necessidade de análise detalhada dos empreendimentos afetados. O corregedor-geral Gustavo Modenesi Martins da Cunha solicitou novas diligências para identificar quais imóveis receberam o concreto contaminado e verificar possíveis danos estruturais.


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O caso expõe um problema grave na construção civil, evidenciando a necessidade de fiscalização rigorosa e transparência na utilização de materiais para garantir a segurança dos moradores.


Autoridades e especialistas seguem acompanhando os desdobramentos da investigação e buscam soluções para mitigar os impactos dessa prática irregular.





O Espaço segue aberto para manifestações das empresas e demais envolvidos no caso.





1 comentário


Apesar de não ser engenheiro, sou um curioso do ramo... Gosto muito de observar as construções... No prédio onde que moro, desde o começo de 1991, que foi entregue pela Construtora Vilar de Mello, no final de 1990, com menos de cinco anos, as varandas e uma espécie de pérgula de cimento decorativa, que ficava no alto tanto na frente como nos fundos do prédio, começaram a apresentar estufamentos, que apontavam para uma oxidação do aço... As Pérgulas, foram retiradas, pois estavam caindo placas de cimento, e poderiam causar algum acidente grave... Nas varandas, foi retirado o concreto onde aconteceu o estufamento, em quase todas as 20 varandas, feito um tratamento com PCF, na ferrugem, e depois reaplicado o concreto..…

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