Desvalorização leva aprovados em concursos do ES a abandonarem cargos; evasão chega a 40%, alerta Sindipúblicos
- Redação

- há 3 dias
- 2 min de leitura

Em Greve Geral, o Sindipúblicos voltou a denunciar a crescente evasão de servidores públicos no Espírito Santo, especialmente entre profissionais aprovados em concursos recentes.
Para o Sindipúblicos e os servidores, entre os motivos estão um plano de carreira ultrapassado que não consegue valorizar o tempo de atuação nem formação dos profissionais, ocasionando fuga de talentos. Soma-se a defasagem salarial que ultrapassa 50% de perdas segundo o Sindicato.
Ainda denunciam condições precárias de trabalho e até mesmo assedio moral.
Segundo o Sindicato, em algumas carreiras, como a de analista do Executivo, a evasão já ultrapassa 40%. Situação semelhante estaria ocorrendo também no Iema e no Incaper, autarquias que tambem estariam com alto índice de evasão segundo o Sindipúblicos.
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A presidenta do Sindipúblicos, Renata Setúbal, alerta para os impactos dessa fuga de talentos: “Infelizmente estamos perdendo excelentes profissionais. A nossa pauta vai além da questão salarial: é dignidade aos servidores e excelência nos serviços públicos. A perda de servidores gera prejuízos ao Estado, que precisa investir em novos treinamentos e enfrenta rupturas na execução de ações essenciais à sociedade.”
Diversos relatos divulgados no site da Entidade reforçam o cenário de desmotivação no governo estadual:
📍 Ivan Ronei Herzog Mação Campos, geólogo e ex-agente do Iema, atuava em Cariacica, próximo de casa. Apesar do vínculo com o órgão, deixou o cargo por falta de perspectiva. “O governo parece não querer manter pessoas capacitadas. Quem está insatisfeito, que vá embora”, afirmou. Hoje, Ivan atua como analista de geologia no Crea de Minas, onde encontrou melhores salários e valorização.
📍 Alessandra Maria da Silva, médica veterinária com doutorado, trabalhou por 18 anos no Incaper, em Linhares. Coordenou projetos premiados e captou recursos para o Estado, mas precisou manter um segundo emprego para sustentar a família. “O salário inicial como professora universitária federal era igual ao meu salário final no Incaper”, relatou. Atualmente, é docente na Universidade Federal do Cariri (UFCA), no Ceará.
📍 Andressa Ferreira Alves, engenheira agrônoma e ex-agente do Incaper, enfrentava falta de estrutura básica para atendimento ao público. “Promessas de melhoria nunca se cumpriam. Se o salário e o plano de carreira fossem melhores, talvez eu não tivesse saído.” Hoje, atua como especialista em indigenismo na Funai, com melhores condições de trabalho.
📍 Matheus Pinto Rebouças, analista do Executivo entre 2023 e 2025, relata ter sido alocado sem entrevista na Seger, onde enfrentou isolamento e falta de estrutura. Tentou mudar de secretaria, mas teve o pedido negado. Após breve passagem pela Sesa, pediu exoneração por conta de assédio moral. Hoje, trabalha como economista no BNDES. “A Seger deveria dar o exemplo, mas tem uma gestão de pessoas arcaica”, criticou.
Diante do cenário, o Sindipúblicos reforça a necessidade urgente de reestruturação das carreiras, pauta até então sem resposta do governo Casagrande que levou servidores de 14 autarquias e secretarias a entrarem em greve geral desde 7 de outubro.
“Nossa luta é justa. A participação de cada servidor é fundamental para mostrar ao governo e à sociedade a importância da nossa atuação para o desenvolvimento das políticas públicas”, afirmou Tadeu Guerzet, diretor do sindicato.






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