Educação à Deriva: O Colapso que Plantamos e Estamos Colhendo
- Redação

- 13 de jul.
- 2 min de leitura

Por Nilton Junior*
Refleti sobre a educação. Estamos colhendo os frutos, mas não frutos bons, e sim os mais azedos e podres, de décadas em que a zombaria disfarçada de opinião sobre a educação era piadinha, "não daria nada!".
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A crise que agora parece um monstro incontrolável não surgiu ontem. Ela foi cuidadosamente regada e adubada por anos, com piadas sobre quem gosta de estudar (ser nerd era preocupante e o bullying era normal), com o desprezo por quem escolheu ser professor (“Você só dá aula?”), com o sucateamento das escolas e com o desinteresse generalizado por qualquer coisa que envolva leitura, pensamento crítico ou debate saudável.
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Sempre tratamos o conhecimento como um detalhe opcional no grande joguinho da vida. Agora, a fase que temos que passar está pior do que aquelas fases de água dos jogos dos anos 80 que eram sempre tensas, mas ela virou nossa vida. Pois o que vejo são jovens desmotivados, taxados de "nutella", como se o problema fosse a geração e não o ambiente onde ela cresceu. "Ah! Mas a GenZ é isso... e aquilo", sim, frutos de uns boomers que não souberam educar replicando o pior dos piores para as próximas gerações. ÓBVIO que a culpa não é só dos boomers, e não são todos, mas uma maioria considerável.
Adultos incapazes de interpretar uma manchete sem cair em fake news; pobre que acha que é classe média, classe média que acha que é elite, e elite que acha que é Deus. Um delírio coletivo que só aumenta, como evangélicos se dizendo judeus, terraplanista dando aula no TikTok, a volta do nazismo... mas em países tropicais e um exército inteiro de gente achando que "vacina dá autismo e Down".
Debater é sinal de "bater", virou guerra. Ninguém escuta, todo mundo grita. Famílias dissolvem por conta de política, a ciência foi trocada por coachs, o professor por influenciador, o livro por vídeo de 15 segundos. A educação, coitada, virou pauta de guerra ideológica, quando deveria ser a base de qualquer civilização minimamente decente.
Mas calma, ainda não acabou, porque o buraco é muito mais fundo. Essa ignorância generalizada não afeta só a escola: ela enfraquece a economia, desmonta o sistema de saúde, e corrói lentamente a democracia. E agora, finalmente, estamos diante do espelho, vendo o reflexo da sociedade que construímos com memes, piadas e descaso.
Parabéns a todos os envolvidos. Deu certo.

*Nilton Junior é um profissional sempre em busca de conhecimentos gerais através do estudo. Formado em Comunicação Social, especialista em Comunicação Interna e Gestão Estratégica de Recursos Humano. Atualmente desenvolve atividades de marca empregadora, jornada do colaborador, educação corporativa, diversidade, equidade e inclusão, RH Ágil e Desenvolvimento de Lideranças.






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